A sucessão em pequenas propriedades familiares do Oeste catarinense
Resumo
O processo de reocupação do território do Oeste catarinense, impulsionado a partir do início do século XX, se fundamentou na fixação de colonos em pequenas propriedades agrícolas. As dinâmicas de produção, baseadas na criação de animais e cultivo de cereais foram gradativamente inserindo a região no cenário capitalista. Ao longo do processo, e sobretudo a partir da década de 1990, o Oeste vem passando por uma reestruturação produtiva, tecnológica e industrial, com impactos diretos sobre a agricultura familiar. A continuidade dessa característica fundiária da pequena propriedade, gerida e trabalhada pela família, como em geral ocorreu em períodos anteriores, depende de sucessores. No entanto, nas últimas décadas, por diversas razões, chama atenção a sua falta. Observando a tendência de declínio de transferência de propriedades rurais para sucessores, diminuição do número de novos proprietários rurais e o consequente aumento no tamanho de novos imóveis, o artigo objetiva compreender a problemática da sucessão, no final do século XX e início do XXI, destacando o cenário que vem provocando tal situação, característica não apenas do Oeste catarinense, mas das áreas de assentamentos de imigrantes e migrantes. É relevante observar que quanto maior o envolvimento dos possíveis sucessores nas decisões que envolvem a condução da propriedade, maiores as chances de sucesso no processo de sucessão. A pesquisa será desenvolvida a partir de uma ampla revisão bibliográfica, jornais, dados do IBGE, da Epagri e documentos ligados ao Ministério da Agricultura. O estudo, qualitativo e exploratório visa abarcar os significados e características da problemática de pesquisa.