A invisibilidade do caboclo no Contestado através da perspectiva ambiental (1936)

  • Ewelin Cristine Puhl UFFS
  • Marlon Brandt

Resumo

Este trabalho possui como objetivo analisar a invisibilidade e a marginalização dos sujeitos caboclos no discurso oficial dos municípios da região do Contestado-SC. Os indivíduos caboclos se inserem no Contestado como impedidores do progresso da região e como indivíduos que não sabem utilizar o solo de forma correta para produção como faziam os colonos. A Revista de Educação de 1936 contempla esta perspectiva através de uma publicação. O caboclo do Contestado é trazido por Arlene Renk através da obra “A luta da erva: um ofício étnico da nação brasileira no Oeste Catarinense” e por diversas vezes através de Delmir Valentini (2011, 2020). A partir da análise da historiografia local, bem como de fontes orais, é possível constatar que essa população, cuja presença na região pode ser constatada desde pelo menos a segunda metade do século XIX, quando retratada, é desqualificada pelas suas práticas socioespaciais, sobretudo relacionadas ao uso e acesso à terra. Observar o caboclo como ser impedidor do progresso é uma análise baseada em uma perspectiva colonizadora, contribuindo para a invisibilidade de povos que já sofreram com a marginalização após o processo histórico da Guerra do Contestado, onde se utilizou desta mesma narrativa.

Publicado
28-02-2024