Os Museus de Memória no Cone Sul para além-fronteiras: o trabalho da memória contra os resquícios autoritários do Plano Condor

  • Giovane Rodrigues Jardim IFRS/docente
Palavras-chave: Memória; Política Pública de Memória; Justiça de Transição.

Resumo

Na segunda metade do século XX, no Paraguai (1954-1989), no Brasil (1964-1985), no Uruguai (1973-1985), no Chile (1973-1990) e na Argentina (1976-1983), aconteceram graves violações aos direitos humanos cometidas pelo Estado em regimes de exceção que têm sido comumente nomeados como ditaduras civis-militares- (eclesiais), articulados no Plano Condor. O dano causado às vítimas e seus familiares, como também a sociedade de modo geral, no que se refere as relações de reciprocidade e de respeito, são irreparáveis. Mas conscientes de que não é possível mudar o passado, mas suas consequências no presente, inúmeras políticas de memória têm sido implementadas nesses países com a finalidade de dar visibilidade ao que aconteceu, reconhecer a responsabilidade do Estado e comprometer-se com a não repetição. Embora seja uma das últimas políticas implementadas até então, em todos os países do Cone Sul foram demandadas instituições museológicas como forma de reconhecimento e visibilidade das graves violações, e, com exceção do Brasil, em todos os demais foram criados museus de/da memória (s). Nesse sentido, importa-nos compreender o trabalho da memória proposto pelas seguintes instituições: Museo de la Memoria, em Rosario/Argentina; Museo de las Memorias: Dictadura y Derechos Humanos em Assunção/Paraguai; Centro Cultural Museo de la Memoria em Montevidéu/Uruguai; Museo de la Memoria y Derechos Humanos em Santiago/Chile; Museo Sitio de Memoria ESMA em Buenos Aires/Argentina. Trata-se, assim, de um delineamento dos museus de/da memória (s) como um conceito em aberto, e como uma política híbrida de memória, que inclui medidas simbólicas, de justiça e de reparação.

Publicado
28-02-2024