A Participação Feminina no Processo de Formação Histórica da Agricultura Camponesa no Sudoeste Paranaense – 1948/1958.
Resumo
A ocupação territorial da região Sudoeste do Paraná, sobretudo a partir da década de 1940, deu-se mediante a atuação de órgãos governamentais e empresariais na distribuição gratuita e na comercialização de terras, em imórveis rurais com litígios juridicos anteriores, resultando em conflitos agrários e posterior assentamento de camponeses posseiros em mais de 30 mil pequenas propriedades. Na maioria destas propriedades, a mão de obra familiar era a base do trabalho na agricultura e na criação de animais. A participação feminina na ocupação territorial do Sudoeste é o nosso tema de pesquisa, ainda em fase inicial, mediante o estudo do acervo documental da Colônia Agrícola Nacional General Osório (CANGO), alocado no Centro de Memória do Sudoeste do Paraná (CEMESP), entre os anos de 1948 e 1958. Os estudos iniciais apontam que mulheres camponesas, solteiras, separadas ou viúvas, com ou sem filhos, também tiveram acesso a áreas de terras da CANGO e instalaram-se em diferentes áreas da Gleba Missões, tornando-se (ou continuando) camponesas pequena proprietária. Como lidaram com as questões cotidianas do trabalho agrícola em áreas recém desmatadas? As relações de gênero em áreas rurais e urbanas? Ser mulher no tempo dos conflitos agrários? Essas são algumas questões, dentre outras, que propomos profundar.
