Biomas entre fronteiras Sul-Americanas:

o Pampa e a Mata Atlântica em perspectiva histórico ambiental

Resumo

Os biomas foram ao longo do tempo recortados por fronteiras de estados nacionais. Esta divisão política realizada pela ação humana forjou estes espaços de formas distintas. Propomos pensar a partir da perspectiva histórica ambiental como as fronteiras político-administrativas que perpassam por um bioma interferem ao longo do tempo nas práticas de uso da terra, das águas e no equilíbrio dos ecossistemas de forma geral, seja por meio de políticas públicas ou de concepções distintas em relação a natureza. Para ilustrar esse processo, realizamos uma análise teórico-metodológica utilizando dois estudos de caso: o primeiro considera o que denominamos bioma Pampa, que perpassa a fronteira da Argentina, Brasil e Uruguai e o bioma da Mata Atlântica, que se distribui pelas fronteiras da Argentina, Brasil e Paraguai. O recorte temporal transcorre uma longa duração, durante o século XIX e XX, possibilitando uma visão macro espacial/temporal da problemática. Dessa maneira, identificamos processos derivados das distintas concepções sobre usos humanos dos bens naturais, os quais revelam que os ambientes fronteiriços são resultantes de movimentos históricos próprios em cada lado da fronteira - todavia, em determinados momentos semelhantes -  que afetam diretamente a fauna e a flora que vivem em seus espaços circundantes.