A eleição de Alzira Soriano e o poder político coronelístico no Rio Grande do Norte (1920- 1930)

  • Isabel Engler UFFS
Palavras-chave: Coronelismo. Primeira República. Alzira Soriano.

Resumo

O presente trabalho se inclui no campo da Nova História Política. Desde a metade do século XIX, em vários países do ocidente, estavam os movimentos sufragistas, tendo como foco principalmente os direitos políticos, no Brasil esse movimento cresce no século XX e estava ligado a algumas personalidades, principalmente mulheres de classe média alta que interessavam-se na luta pelos direitos políticos das mulheres. Não era questionado de forma explícita o poder masculino sobre o feminino, mas sim inclusão das mulheres como cidadãs com direitos políticos. O contexto brasileiro da Primeira República estava centrado nas oligarquias rurais, onde coronéis constituem a base das relações da República oligárquica, estes coronéis que estabeleciam bases de controle político formavam as oligarquias estaduais, ligadas ao poder estadual, constituindo assim, uma rede de relações, ligando-se as relações do estado e país. Muitas vezes, era dentro desses lares de coronéis, onde os filhos tinham maior acesso à educação, que despontavam lideranças, como Alzira Soriano. Em 1927 foi sancionada a lei estadual do Rio Grande do Norte, lei n ° 660, de 25 de outubro de 1927, que garantia as mulheres o direito de votar e ser votadas. Alzira Soriano, viúva e filha mais velha do coronel Miguel Teixeira de Vasconcelos, chefe político do município de Lages, foi indicada para ser candidata, Alzira tinha 32 anos quando disputou as eleições, em 2 de setembro 1928 no município de Lajes-RN, venceu as eleições e tornou-se a primeira prefeita brasileira.

Publicado
18-03-2022