As fronteiras entre História e Literatura

Possibilidades e potências da escrita de mulheres africanas como fonte para a historiografia

  • Thalia Faller Universidade Federal da Fronteira Sul, Chapecó
  • Renato Viana Boy

Resumo

Os debates sobre as fronteiras entre História e Literatura não são novos. Contudo, tão pouco perderam sua relevância de reflexão para as historiadoras/res que tomam a literatura como evidência para produzir o saber histórico. Além disso, a literatura das mulheres africanas traz para o debate como utilizar estas produções na História para compreender as especificidades de diferentes mulheres no continente africano, seus diálogos e circulações de pensamentos e experiências em África e na diáspora. A vista disso, o objetivo deste trabalho é discutir sobre as fronteiras entre História e Literatura, através de referências bibliográficas, refletindo brevemente sobre as possibilidades de abordagens metodológicas referentes ao uso da literatura escrita por mulheres africanas como fonte para a História. Compreende-se que as fronteiras são necessárias porque criam identidades, demarcam as especificidades e diferenças construídas através da historiadora. É por meio das experiências, observações e análises da autora e do autor que um texto literário é composto. As escritoras africanas são intelectuais que observam seu mundo em uma perspectiva que se alimenta também do passado, da história, e a partir disso escrevem suas críticas, centradas em problemas de seus locais em África e nas diásporas. Conclui-se que o texto da História convida a quem lê a sair dele, verificar, contestar e modificar. A Literatura, por sua vez, é um documento para a historiadora/or que diz sobre experiências humanas no tempo, suas materialidades, sentidos e usos. Ela também é uma maneira de subversão, encontro de outras maneiras de pensar o mundo e resistência ativa.

Biografia do Autor

Thalia Faller, Universidade Federal da Fronteira Sul, Chapecó
Publicado
09-11-2021