MEMÓRIAS DA DITADURA MILITAR NA LITERATURA LATINO-AMERICANA CONTEMPORÂNEA DE AUTORIA FEMININA
Palavras-chave:
Ditadura Militar, Rememoração, Redenção, Literatura Latino-americana ContemporâneaResumo
A presente pesquisa objetiva, a partir de uma reflexão sobre a complexa relação entre literatura e história, analisar comparativamente obras de Mariana Enriquez e Claudia Lage por meio dos conceitos benjaminianos de rememoração e redenção, buscando assim, compreender o processo histórico recente do fascismo no Brasil e na Argentina. Estas escritoras são algumas das representantes da literatura contemporânea latino-americana, que por meio da ótica feminina denunciam as violências e os silenciamentos sofridos por mulheres nas ditaduras militares da América Latina e, que tentam, por meio do resgate da memória, atualizar a história, não permitindo um apagamento institucional da verdade sobre esse período sombrio na história do continente. Assim, por meio da análise literária e do método comparativista, há a intenção de ressaltar que as feridas da ditadura militar continuam abertas, que o autoritarismo ainda existe e encontra representantes e apoiadores, portanto, ainda é necessário discutir e refletir sobre as ditaduras militares, ou seja, é necessário um trabalho de rememoração. É por meio da rememoração, que objetiva resgatar o passado para agir sobre o presente, que a redenção é possível, contrariando a história oficial e retirando do anonimato as vítimas: os torturados, os desaparecidos, os exilados, as famílias e amigos e até mesmo os próprios mortos com seus corpos nunca enterrados e algozes nunca culpabilizados.