LEIA MULHERES REALEZA:A LEITURA LITERÁRIA COMO PRÁTICA CRÍTICA NA FORMAÇÃO DOCENTE

Autores

  • Iara Maria Adriano Universidade Estadual do Oeste do Paraná Autor
  • Ana Carolina Teixeira Pinto Universidade Federal da Fronteira Sul Autor

Palavras-chave:

Clube de leitura;, Formação Docente;, Leitura Crítica; , Autoria Feminina; , Resistência.

Resumo

Este estudo investiga a leitura literária como prática crítica na formação docente inicial, a partir da experiência do clube de leitura Leia Mulheres Realeza, realizado entre fevereiro e abril de 2025. Fundamentada na leitura como prática social, estética e política (Freire, 1989; Colomer, 2007; hooks, 2013; Carine, 2025; Sergel, 2023), a pesquisa reconhece os clubes de leitura como espaços históricos de resistência e agência feminina, potencializados por iniciativas como o Leia Mulheres (Figueiredo, 2017; Sergel, 2023). A questão norteadora indaga como a mediação da leitura de autoria feminina, em espaço extraescolar, contribui para a construção de repertórios literários e o fortalecimento da escuta, argumentação e reflexão crítica dos participantes. Com o objetivo de compreender como a participação no clube favorece uma prática docente engajada, a pesquisa adota abordagem qualitativa, de caráter exploratório, com metodologia de observação participante nos encontros do clube, que discutiram as obras Insubmissas Lágrimas de Mulheres (Evaristo, 2020), A Vegetariana (Kang, 2018) e Solitária (Cruz, 2022). A análise baseou-se no método dialético e comparativo, destacando a leitura crítica como resistência e formação de identidades (hooks, 2013; Carine, 2025; Pacheco, 2019). Os resultados indicam que o clube constitui um espaço formativo de resistência cultural, estimulando a escuta sensível e a problematização de questões sociais, como gênero, raça e classe. A mediação crítica promoveu deslocamentos nos modos tradicionais de ler e ensinar literatura, impactando a formação dos futuros docentes. Conclui-se que a participação no clube potencializa a constituição de uma identidade leitora crítica e engajada, favorecendo práticas docentes mais sensíveis às narrativas marginalizadas e contribuindo para uma educação literária transformadora.

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Publicado

03-07-2025

Edição

Seção

Literatura, Leitura e Cultura