LEIA MULHERES:  UM ATO DECOLONIAL DE (RE) EXISTÊNCIA NA LITERATURA

Autores

Palavras-chave:

Clube de leitura;, Autoria Feminina; , Resistência.

Resumo

A presente pesquisa propõe uma reflexão sobre o clube de leitura “Leia Mulheres” como ferramenta decolonial na valorização de vozes femininas na literatura. Criado em 2015, o movimento tem se expandido por diversas regiões do Brasil, contando atualmente com cerca de 180 núcleos ativos. No Paraná, está presente em várias cidades, incluindo Realeza, onde foi implantado em 2023 como parte do Projeto de Extensão Joaninha, vinculado à Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS). A proposta do clube surge da necessidade de se contrapor à hegemonia do cânone masculino nas práticas de leitura acadêmica, promovendo a leitura de obras escritas por mulheres, especialmente aquelas que não encontram espaço no mercado editorial tradicional. Em Realeza, o projeto é coordenado pela professora Dra. Ana Carolina Teixeira Pinto e realiza encontros mensais, abertos não apenas à comunidade universitária, mas também ao público externo. No primeiro semestre de 2024, o grupo leu quatro obras de autoras brasileiras: Insubmissas Lágrimas de Mulheres (Conceição Evaristo), Solitária (Eliana Alves Cruz), Tchau (Lygia Bojunga) e Véspera (Carla Madeira). A escolha dessas autoras revela o compromisso com uma perspectiva decolonial, ao romper com a lógica eurocêntrica que historicamente definiu a “boa literatura” e excluiu outras vozes. Assim, o “Leia Mulheres” contribui para o deslocamento do centro do saber ao dar visibilidade a autoras negras, indígenas, periféricas e nordestinas, cujas narrativas foram sistematicamente marginalizadas, promovendo uma literatura mais plural e representativa.



Biografia do Autor

  • Thais Mendes da Purificação, Universidade Estadual do Oeste do Paraná

    Mestranda em Letras pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE) Campus Cascavel. Graduada em Letras Português e Espanhol pela Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS). Atuou como professora bolsista de Português como Língua Adicional no Centro de Línguas da UFFS (CELUFFS) e participou dos programas PIBID e PRP durante a graduação. Atualmente, colabora com o Laboratório de Leitura e Produção Textual: Prática de Letramentos Acadêmico-Científicos, sob a coordenação da Prof. Dra. Márcia Adriana Dias Kraemer. Também integra o Laboratório de Tecnologias de Informação e Comunicação em Saúde (LATICS), atuando na linha de pesquisa Tecnologias Cuidativo-Educacionais: Interlocuções na Saúde, Formação e Educação, dentro do eixo temático Educação e Saúde Psíquica Infanto-Juvenil.

  • Ana Carolina TEIXEIRA PINTO, Universidade Federal da Fronteira Sul

    Professora de Literatura Hispânica da Universidade Federal da Fronteira Sul desde 2011. Doutora em Literatura pela Universidade Federal de Santa Catarina com a tese "História Secreta de Dejemos hablar al viento de Juan Carlos Onetti". Mestre em Literatura e Graduação, licenciatura e bacharelado em Letras-Espanhol pela mesma instituição. Membro do Grupo de Pesquisa Trânsitos Literários e do Grupo de Pesquisa Ensino de Língua e Literatura da UFFS. Coordenadora do Projeto de Extensão e Cultura Grupo de teatro La broma desde 2011. Coordenadora do Curso de formação PEIF - Escola Intercultural de fronteira, ação 20 RJ (Secretaria de Educação Básica (SEB) do MEC) (2013 - 2015). Coordenadora adjunta de Cultura da UFFS - Campus Realeza (2018 - 2021) (2023 - atual). Membra do Comitê Assessor de Extensão e Cultura PROEC. Membra da Comissão assessora de área (CAA) Letras Português - espanhol do ENADE no Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas - Brasilia) (2024 - 2025).

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Publicado

03-07-2025

Edição

Seção

Literatura, Leitura e Cultura