PRÁTICA DE ANÁLISE LINGUÍSTICO-SEMIÓTICA EM LÍNGUA PORTUGUESA PARA O ENSINO MÉDIO: MOVIMENTOS DIALÓGICOS E DIALÉTICOS NO PROCESSO DE ENSINO DE LEITURA NO LIVRO DIDÁTICO.

Resumo

Este estudo tem como delimitação temática a análise acerca da importância do livro didático (LD) de Língua Portuguesa no Ensino Médio (EM), com foco em sua contribuição para o desenvolvimento das capacidades linguísticas dos estudantes e sua função como promotor de uma educação crítica e reflexiva. O objeto de investigação é a obra Estações Língua Portuguesa: rotas de atuação social, de Fernanda Pinheiro Barros et al. (2020), voltado ao EM, adotada por uma escola, estadual e pública, localizada no município de Chapecó, Santa Catarina. A questão norteadora da pesquisa pauta-se em que medida o processo de leitura presente no LD Estações Língua Portuguesa: rotas de atuação social aproximam-se ou distanciam-se da perspectiva de linguagem como interação discursiva, em específico no que se refere à PAL/S. Tem como objetivo geral, a partir da análise dos pressupostos teóricos que sustentam a pesquisa, responder à pergunta problematizadora, a fim de alcançar os resultados almejados no estudo. O percurso metodológico caracteriza-se como uma pesquisa teórica, fundamentada na perspectiva dialógica da linguagem (Bakhtin, 2016[1976]; Volóchinov, 2018[1929]), de cunho qualitativo-interpretativo, de acordo com a Linguística Aplicada – LA (Moita Lopes, 2006; Kleiman; Vianna; De Grande, 2019), com fins explicativos (Severino, 2007). A geração de dados acontece por documentação indireta, bibliográfica e documental, a partir do estudo teórico e do corpus investigativo. O método de análise principal é dialético, tendo como procedimentos secundários o método histórico e comparativo. Como resultados parciais, entende-se que há diversas perspectivas possíveis para a análise do LD, mas é preciso compreender de que maneira os estudos linguísticos permitem uma reflexão acurada sobre esse processo investigativo, pois o LD integra diferentes gêneros que o tematizam e o constituem como um objeto cultural em constante remodelagem, adaptando-se a demandas externas e a princípios epistemológicos presentes em documentos oficiais e nas práticas docentes.