A LINGUAGEM VAMPIRA NA OBRA O VAMPIRO DE CURITIBA DE DALTON TREVISAN
Palavras-chave:
Vampiro; Carnavalização; Linguagem; Vampirização.Resumo
Ao ler O vampiro de Curitiba, de Dalton Trevisan, e refletir sobre o arquétipo do vampiro, percebemos que a violência retratada no cotidiano das personagens também se manifesta na linguagem do autor: direta e truncada. O escritor paranaense dá voz aos que vivem à margem, abordando temas que existem na sociedade, mas ficam ocultos ou hipocritamente mascarados. Para analisarmos os níveis e caminhos dessa linguagem, utilizamos conceitos desenvolvidos pelo teórico russo Mikhail Bakhtin, como o dialogismo, em que toda a enunciação reverbera outras vozes, e a carnavalização, que subverte as normas, desestabiliza discursos dominantes permitindo a expressão de discursos dissidentes. Com base nessas leituras, propomos uma nova abordagem: a vampirização da linguagem. Na obra de Trevisan, acontece um enaltecimento do que é o baixo e marginal, não como idealização, mas como enunciado concreto e de experiência viva, ao mesmo tempo em que há uma apropriação de discursos oficiais e canônicos com intenções de subvertê-los de seu aparente verniz civilizado.